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Brasil PIAUÍ

Morre criança de 4 anos, quinta vítima de envenenamento coletivo no Piauí

A menina estava internada após consumir baião-de-dois contaminado com terbufós, uma substância tóxica similar ao “chumbinho”

23/01/2025 às 07h04 Atualizada em 28/01/2025 às 14h01
Por: Redação Fonte: CNN Brasil
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Maria Gabriela ficou internada por mais de 20 dias, mas apresentou piora nas últimas 24 horas antes de seu falecimento. Além dela, outras quatro pessoas da mesma família morreram: a mãe, dois irmãos e um tio.
Maria Gabriela ficou internada por mais de 20 dias, mas apresentou piora nas últimas 24 horas antes de seu falecimento. Além dela, outras quatro pessoas da mesma família morreram: a mãe, dois irmãos e um tio.

Morreu na noite da última terça-feira (21), no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Maria Gabriela da Silva, de 4 anos, a quinta vítima do envenenamento coletivo ocorrido em Parnaíba, litoral do Piauí, no dia 1º deste mês. A menina estava internada na UTI pediátrica desde o dia 3 de janeiro, após consumir baião-de-dois contaminado com terbufós, uma substância tóxica similar ao “chumbinho”.

A morte foi confirmada nesta quarta-feira (22) pelo HUT. Em nota, a unidade de saúde declarou: “A direção informa que todos os esforços foram realizados para o pronto restabelecimento da menor, lamenta o ocorrido e se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor.”

Maria Gabriela ficou internada por mais de 20 dias, mas apresentou piora nas últimas 24 horas antes de seu falecimento. Além dela, outras quatro pessoas da mesma família morreram: a mãe, dois irmãos e um tio. Ao todo, nove membros da família ingeriram o prato contaminado.

Padrasto é principal suspeito

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, padrasto de algumas das vítimas, foi preso no dia 8 de janeiro em Parnaíba, sob suspeita de ser o responsável pelo envenenamento. Conforme a Polícia Civil, o crime ocorreu durante o almoço de Ano Novo, quando a família consumiu o prato contaminado.

O delegado Abimael Silva, que conduz as investigações, destacou contradições nos depoimentos de Francisco e evidências de desavenças na convivência familiar. Ele afirmou que a casa onde ocorreu o crime abrigava 11 pessoas, as quais entravam constantemente em conflito.

Segundo o delegado, Francisco demonstrou desprezo pelas vítimas, chegando a chamar os filhos de sua enteada, Francisca Maria, de “primatas”. Francisca, de 32 anos, foi uma das vítimas mortais, assim como dois de seus filhos: Igno Davi, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane, de 3 anos. Além deles, também morreram Manoel da Silva, de 18 anos, irmão de Francisca, e agora Maria Ga​briela, de 4 anos.

O laudo pericial confirmou que o veneno estava exclusivamente no baião-de-dois. Inicialmente, suspeitava-se que peixes doados à família poderiam ter causado o envenenamento, mas essa hipótese foi descartada após análise laboratorial.

Francisco está em prisão temporária enquanto as investigações prosseguem. O inquérito policial, que pode ser prorrogado, deve ser concluído em 30 dias.

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